Recordações da velha web!

OPINIÕES

Daniel Azevedo de Oliveira Maia

1/27/20172 min ler

A Internet já foi mais atrativa.

A comunicação não acontecia pelo WhatsApp ou direct do Instagram/Facebook, pois nada disso existia. Para isso, tínhamos o ICQ. Ou o bate-papo da Uol.

Melhor ainda: o mIRC. Você precisava baixar o Scoop Script (ou outro de sua preferência) e escolher um nick. EsCrEvEr AsSiM eRa NoRmAl. Sem falar nas diversas fontes, de todas as cores e com fundos coloridos. As conversas podiam ser coletivas ou privadas (fala no “PVT”!). Tudo moderado pelos operadores (@) e voices (+).

Se você quisesse paquerar, que o fizesse sem ver a cara do (a) outro (a), a não ser que optasse por esperar por algumas horas até que a foto enviada chegasse... (e olha que nessa época não havia filtro).

É que a internet era discada. E você cruzava os dedos para que desse certo. Depois da meia-noite, é claro. E havia aquele discador do IG, do cachorrinho.

Enquanto você conversava - ou melhor, "teclava" - podia ouvir música. Não por meio do Spotify/Deezer ou Windows Media Player, mas sim no Real Player ou Winamp, aqueles reprodutores de mídia jurássicos, que você executava as músicas baixadas no Limewire, Kazaa, Shareaza ou eDonkey...

Não existia YouTube.

Pior: não existia Google. Todas as nossas pesquisas limitavam-se aos buscadores "CADÊ" ou "Yahoo". Lembro do “Sapo” também.

E-mail? Só o da BOL!

O Instagram nem sonhava em nascer. Mas todos tinham um FOTOLOG. Ou pior: um FLOGÃO (do povão). No Fotolog, se você pagasse por isso, poderia ter uma conta VIP, na qual seria possível mais de 10 comentários por foto (limite máximo para os pobres). "Comenta no meu fotolog?" era a frase mais dita na época. Havia uma carência por atenção e amor explícita.

O mIRC foi dando espaço ao MSN. Conheço gente (tipo eu) que passava mais tempo online no MSN que na vida real. E se você fosse ao banheiro, seu amigo chamaria sua atenção e tremeria a tela do seu monitor (ou ficaria entrando e saindo repetidas vezes para a janelinha subir incansavelmente). E as pessoas se falavam via webcam (não existia Facetime). Você podia mostrar a música que estava ouvindo no subnick, assim como o nome dos amigos que estavam em sua casa...

Tempos depois, a foto do seu usuário podia se mexer (GIFs).

E o que falar dos grupos , bem mais divertidos e dinâmicos que os grupos de Whatsapp?

A felicidade era plena, até o Skype entrar na jogada.

Sem falar do Orkut e as milhares de comunidades (que descreviam bem o caráter da pessoa), depoimentos (mais falsos que nota de 3), os recadinhos (ou scraps?), o vício no jogo "Fazendinha", BuddyPoke e tudo mais.

O Facebook veio pra compactar todos esses recursos. O WhatsApp veio pra atender a todas essas necessidades.

Pergunto-me: a praticidade, a velocidade e a otimização da transmissão da informação, nos dias de hoje, foram um avanço? Ou simplesmente tornaram monótona a vida nas mídias sociais?

Na minha opinião, o Facebook e cia. têm se mostrado verdadeiras fábricas de amizades descartáveis e de curtíssimo prazo de validade. Sem falar do ambiente absurdamente fértil para discussões bobas e desgastantes. Timelines que se transformaram em verdadeiros campos de guerra ideológicos e propagação do ódio.. Honestamente? A web já foi mais pacífica. E repito: Mais atrativa.

Saudades da "Old Wide Web"!